Turismo é o conjunto de atividades
realizadas pelos indivíduos durante as suas viagens e estadias em lugares diferentes (cidades, estados ou
países) do seu entorno habitual por um período de tempo consecutivo inferior a
um ano. Geralmente, a atividade turística é realizada com fins de lazer, embora
também exista o turismo por razões de negócios (mais conhecido por viagens de
negócios) e outros motivos.
Diante
disto, em todas as fases do desenvolvimento das teorias econômicas, as viagens
sempre estiveram presentes. Considerada uma ação voluntária que se origina
dentro de um contexto em que está inserida uma sociedade em determinado momento
histórico, esse modo especial de deslocação humana representa um dos principais
elementos componentes da vida econômica, social e cultural dos homens, no
decorrer de cada época e para cada civilização.
Os primeiros exploradores, comerciantes e
navegadores estabeleceram as bases de nossa Era do Turismo moderna. As
necessidades humanas de organizar viagens e facilitar motivações não mudaram
com o passar dos anos: a construção de estradas, veículos e embarcações e o
fornecimento de hospedagem noturna datam da antiguidade. Os bravos exploradores
que foram ao encontro do desconhecido colocaram à disposição de seus
contemporâneos o conhecimento de como o mundo é realmente. (ROBERT, 2002, p.55).
É certo
que suas origens e antecedentes remontam os períodos distantes como da Antiga
Babilônia, da Grécia, de Roma e de muitos outros impérios que se estenderam por
toda Idade Média, onde o sentido das viagens realizadas adquiriu significados
distintos dos atuais.
Conforme
Lage, Milone (2001) a Grécia Antiga apresentou inúmeros pólos de atração,
oferecendo várias formas de lazer, tais como: atividades culturais e
artísticas, prática esportiva, cursos, conferências, festivais públicos e
muitas outras solenidades eventuais, que constituíram centros de grande
interesse, justificando as viagens empreendedoras. Entre as grandes atrações,
as competições esportivas gregas como os jogos olímpicos, em honra de Zeus,
representaram um pouco de importância e interesse de convergência no movimento
das pessoas dessa época.
A
civilização romana também apresentou inúmeros centros turísticos, onde Roma e
Alexandria são exemplos marcantes. Os romanos foram os primeiros a criar locais
atrativos de lazer próximo ao Mediterrâneo, nas proximidades das praias,
visando atender a fins terapêuticos ou praticas esportivas.
Nesse
mesmo período, século IV, houve a decadência do Império Romano e a invasão dos
bárbaros, fazendo com que a segurança nas estradas diminuísse e as viagens
foram reduzidas devido ao grande de vida pelos perigos de violência e assalto.
Sem contar com a lentidão dos meios de transportes e a carência de conforto que
transformaram as viagens desse período em heróicas jornadas.
Entretanto,
ressurgi na Europa o Renascimento, época onde se desenvolveram as artes, as
ciências, as letras e, principalmente, iniciou-se uma mudança nos costumes. Com
isso surgem muitas viagens de artistas, de artesões, de músicos, de poetas,
representando grande incentivo à atividade de deslocamento.
As
viagens da aristocracia motivadas pela demonstração do novo status e
poder econômico começam a se expandir, assim como os jovens da nobreza e da
classe média inglesa realizam viagens denominadas grandtour, a fim de
completar seus conhecimentos e ganhar experiência profissional.
Dentre
tantas mudanças da época o sistema econômico também sofre alterações, dando
inicio ao capitalismo, que possibilitou à sociedade incorporar novas formas de
vida. Tal fato ocasionou ampliação e adaptação de modos de comportamento
humano, de acordo com as condições econômicas da época, quando as viagens passaram
a ser consideradas indispensáveis.
Ainda
segundo Lage, Milone (2001) aconteceu também, por volta do século VXII, o
aparecimento de uma nova estrutura urbana. O local de residência foi separado
do de trabalho e os interesses comerciais tornaram-se foco de curiosidade e de
atrativos turísticos para as cidades. Acrescente atração pelo descobrimento de
novas realidades acompanhou uma melhoria nas condições em que essas viagens
eram feitas. O aparecimento de diversas formas de hospedagens – albergues ou estalagens
– multiplicou-se e, igualmente, de forma proporcional, as pessoas que neles
trabalhavam.
Os
serviços aperfeiçoaram-se no que diz respeito à comunidade e a segurança do
viajante. As carruagens foram equipadas com vidros nas janelas, as cordas e as
correias de couro foram substituídas pelas molas de suspensão, e seus
interiores enriquecidos com muito requinte e sofisticação para o conforto de
seus passageiros.
Novas
estradas foram abertas e a circulação fluvial também acompanhou esse progresso,
proporcionado viagens mais cômodas e seguras.
Lage,
Milone (2001) Na verdade a historia do turismo começou a partir do final da
primeira metade do século XIX, mais precisamente no ano de 1841, quando, além
da existência de todos os fatores mencionados, organizaram-se as primeiras
atividades turísticas por iniciativa de algumas pessoas destacáveis como:
Thomas Cook, Henry Wells, George Pullmann, Thomas Bennet, Louis Stangen e
Caesar Hitz.
Thomas
Cook foi um dos personagens mais importantes, pois foi quem primeiro colocou em
prática a idéia de fretas um trem para transportar 570 pessoas em uma viagem de
22 milhas
entre as cidades inglesas de Leicester e Loughborough para participar de um
Congresso Antialcoólico, em 1841.
Fontes:
Victor Moraes
GOELDNER, Charles R.;
RITCHIE, J. R. Brent.; McINTOSH, Robert W. Turismo: princípios, práticas
e filosofias. Tradução. Roberto Cataldo Costa. 8. ed. Porto Alegre: Bookmam,
2002.
LAGE, Beatriz Helena Gelas;
MILONE, Paulo César. Economia do turismo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
LAGE, Beatriz Helena Gelas.;
MILONE, Paulo César. Turismo: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000.